Aos que sabem viver

Hoje recebi um convite e aceitei. A moça chegou e me convidou a visitá-la, que tinha escrito um texto homenageando as artesãs e queria me mostrar. Fui. Li. Chorei. Não o choro amargo da tristeza, mas o doce choro da emoção. E resolvi ler outro texto, depois daquele, mais outro e outro. E a cada linha, ela despindo sua alma sem pudor, fui reconhecendo uma igual, uma amiga. Ao final do terceiro texto já éramos íntimas e depois, parece que me confundi com ela. 

Essa experiência me ajudou achar uma chave perdida. A chave de uma antiga porta de dobradiças enferrujadas que selava um quarto empoeirado de um tempo em que fui poeta. Não se espantem, entre muitas habilidades esquecidas, já fui poeta um dia. Quase postei aqui um de meus antigos escritos. 

Quando comecei o blog, tinha o propósito de me lembrar das boas e belas coisas de minha existência. Aqui encontro, ou sou encontrada por pessoas que pensam, que fazem, que sentem como eu. 

Desde que a D me pegou, nunca mais consegui me deixar levar por um bom livro. Se vocês pudessem perguntar a quem me conheceu por toda minha vida, diriam que eu não passava um dia sequer sem ser vista a ler um livro. E de tanto ler, tinha sempre muito a escrever, como se fosse uma só coisa. Hoje, senti que posso resgatar os prazeres que me eram tão caros. Obrigada, Adriana, não é à toa que seu blog se chama Aos que sabem viver !!!